quinta-feira, 24 de março de 2011

O que aconteceu ao Pilates?

                        
 
O que diria Joseph Pilates nos dias atuais? O criador do método que mais cresce nas últimas décadas certamente teria um infarto agudo do miocárdio (isto se também não fosse o endocárdio junto) se entrasse em uma academia hoje e assistisse uma única aula do que as pessoas insistem em dizer que é o Método Pilates.

Com o crescente marketing do Culto ao Corpo e da Boa Forma a qualquer preço, esqueceu-se a real filosofia da técnica.

O alemão Joseph Pilates nasceu fraco em 1880; teve asma raquitismo e febre reumática. Não se conformava com sua situação, então, por conta própria começou a treinar.

Foi especialista em cultura física, esqui, boxe e ginástica. Também foi artista de circo. Mas foi após a Primeira Guerra Mundial que mostrou o valor da sua técnica.

Levou o seu método, chamado de “Contrologia”, para Nova Iorque, onde criou o seu primeiro estúdio, viveu e morreu aos 87 anos em plena forma física defendendo seu estúdio de um incêndio.

O seu princípio básico, o Controle de Centro, deve ser respeitado, juntamente com a fluidez dos movimentos, ou seja, bem executados.

Mas será que é isto que vemos por aí atualmente? Em qualquer clínica ou academia, atualmente, vê-se uma enorme faixa com o dizer: “temos Pilates”, mas as condições nas quais a técnica vem sendo empregada são assustadoras.

Sabemos que todas as técnicas são reformuladas e atualizadas, mas no caso do Pilates está sendo demais.

O marketing das academias em busca de mais alunos pela diversidade das aulas oferecidas tornou o Pilates mais um “Arroz com Feijão”, desprezando sua essência e objetivos.

A interação corpo-concentração vem sendo substituída por repetições sem ritmo, desrespeitando a fluidez de movimentos. Nada contra as aulas de solo e bola, que também fazem parte do repertório da técnica além dos aparelhos de estúdio. Mas de onde saiu o Aqua Pilates? E o Jump Pilates?
Fica difícil imaginar o Controle de Centro pregado por Joseph dentro de um ambiente sem gravidade como no caso de uma piscina. E em cima de um minitrampolim?

Pobre Joseph. Provavelmente nunca imaginou que isso poderia acontecer.

Outra preocupação deve ser com o número imenso de instrutores formados em cursos de apenas um fim de semana, quando sabemos que em algumas linhas o treinamento é de meses.

Esqueceu-se o objetivo e com isso, a grandeza da técnica vem sendo apagada e se tornando mais uma aulinha de academia dentro de um horário com várias outras aulas.

Tudo isso porque todo mundo quer fazer a mesma coisa que a Madonna. Bastou ela falar o que fazia e pronto! Quer marketing melhor?

Bom, mas como ainda confio em algo denominado bom senso e amor a sua própria coluna e relembrando o já batido, mas verdadeiro ditado que diz: “O barato sai caro”, “não troque gato por lebre” . Afinal, Joseph Pilates merece.

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